segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ao lado dela eu gosto de mim

Gosto do jeito dela. Gosto de como ela anda, meio desajeitada. Gosto de como sorri e ri, sempre gargalhando, dentes fortes. Gosto até dos cabelos compridos, principalmente quando ao vento, se espalham pelo rosto. Gosto do jeito que me olha, atenta, como quem quer reparar em cada pequeno movimento do rosto. Dos olhos arregalados, espertos. Como os meus. Gosto da boca pequena e carnuda. Gosto do jeito que ela me faz perder a atenção em qualquer outra coisa, ou de quando me deixa desnorteada e vira as costas, como quem pensa que quer, mas não pode fazer isso. É arriscado demais esse gostar. Gosto de quando ela debocha do meu gostar, ou de qualquer outra coisa. Gosto das mãos, pequenas e firmes.Gosto tanto e nem sei porque. Nem tenho esse tanto dentro de mim, mas arranjaria para dar a ela. Gosto do cheiro dela, que me conforta e me inquieta. Gosto de como ela fala do meu cheiro, eu sei que ela gosta. Gosto do jeito que ela gosta das minhas piadas, assim mesmo, sem graça. Gosto de como ela dança.E quando ela diz que eu quebro suas pernas? Ela não percebe que é ela quem quebra a perna de alguém aqui? Mas eu gosto de andar manco. Por ela. Gosto das roupas coloridas, os sapatos diferentes, as unhas pintadas de cores surreais. Tudo sempre combinando, sempre colorido, colorindo. Colore os meus dias. Gosto de quando ela faz meu coração bater forte. É quando todas as borboletas que moram no meu estômago acordam e ficam voando de um lado pro outro. Gosto da forma que meu corpo reage ao vê-la. Da minha memória que não me deixa esquece-la. Só não gosto do sufoco que dá ela não se deixar gostar também.
Gosto de gostar. Ao lado dela eu gosto de mim.

domingo, 30 de novembro de 2008

contradição...

A verdade é que eu sou uma amante da fotografia. É o que sei fazer, é o que quero fazer pra vida.
A outra verdade é que eu não me interesso muito pela natureza. Fiz até um curso "Fotografia ambiental", e só o que via eram trilhos, pedras, peças, pessoas.
Minha vida anda morna demais. Hoje eu queria uma flor, mas só o que tenho é um caminho.
Siga em frente.



domingo, 23 de novembro de 2008

Frio

Senti frio ontem.Ontem, enquanto levava minha ultima companhia para sua casa senti frio. Na verdade não foi ontem de noite, foi hoje de manha, lá pelas cinco, mas ainda considerava como ontem, pois a bebida que tinha passado a noite toda consumindo ainda se fazia ativa.Senti frio e nem me protegi, fazia tanto tempo que não o sentia, e logo eu que gosto tanto do frio. Podia ter deixado-o bater apenas na janela, pois são tantas as coisas que eu gosto que ultimamente eu tenho-as deixado bater na janela de modo que chegue tão perto de mim que eu possa vê-las perfeitamente, mas que voltem para trás, para que eu não caia na tentação de tocá-las. São tantas essas coisas que eu gosto que tenho evitado, tantas.Deixei aquele vento frio da madrugada, que leva uns para cama e faz levantar outros, baterem em meu rosto a ponto de me congelar. Congelei e poderia ter ficado ali por horas, só sentindo o frio bater em mim e mais nada, como uma surra que gostara de levar. Congelei e eu era toda fria: meus pensamentos, minhas mãos, meus lábios, frios por falta de proteção. Meu corpo era como uma gangorra de emoções. Lá estava eu, sentada na gangorra, sozinha, dando impulso com o pé para que eu pudesse ir para o alto e para baixo. Auto suficiência. Não que eu não gostasse de estar sozinha, mas é que eu sentia falta de mim mesma. não que eu estivesse sozinha, estava eu e o frio, e eu o amara loucamente, mas sabia que se o amor transpassasse qualquer barreira a ponto de fazer meu coração ficar quente, eu o espantaria.Quanto ao calor humano, tenho fugido.

Flores

Um dia, há muito tempo atrás, meu pai chegou em casa com um buquê de flores pra minha mãe. Não, não eram gérberas, ele não tinha tanta criatividade assim. Eram rosas, eu acho, ou margaridas, no máximo. Minha mãe gosta de margaridas, sabe?
Ela estava tomando banho quando ele chegou e então eu fui a primeira a ver as flores. Achei aquilo lindo, mas com um cheiro de morte que só elas. Não entendi o porquê de então, todas as pessoas nos filmes, quando ganham flores, as cheiram e sorriem.
Daí eu peguei o vidro de perfume e joguei nelas.

era só uma metáfora...

Ontem de tarde segui por horas uma mulher, é que ela tinha teu cheiro. perdi meu rumo no rumo dela. Uma ternura incompreensível pela aquela desconhecida tomou conta de mim, ternura esta quebrada três quarteirões depois por um ódio descabido. Meu ódio foi por acreditas que teu cheiro estava nela porque estiveram juntas. Loucura. Voltei em mim, em você. Você.Você. Você não sai de mim. Está em todas as cores, palavras, silêncios, rostos, risos, ódios. Está só.

amarrada com laço.

está tudo morno demais, calmo demais. preciso de algo que me faça tremer, que me deixe de pernas bambas, mãos frias. quero borboletas no estômago, quero que as coisas deêm certo. quero dar certo. não quero mais deixar pra amanhã, e não quero mais os medos.
porque as pessoas não podem simplesmente falar a verdade e só? simples assim?
eu te amo, e é isso. fala da cara. tapa na cara.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

depois de tanto tempo.

Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui praí te ver, te dizer:
Deixa ser.

Como será quando a gente se encontrar ?




adoro sentir frio na barriga. é mágico.

Cristinaaaaaaaaa!

Há um ano mais ou menos eu conheci uma pessoa incrível. Ela era a nova estagiária do programa que eu trabalhava. ah gente...me conquistou. com certeza foi a uma dos melhores presentes de 2008. Vou contar um pouco dela:

Olhar de criança, sorriso de menina e corpo de mulher. Clichê demais? Não. Só se for a frase, pois essa que vos falo não é nem um pouco clichê. Nada de obviedades, nem de previsível. Caixinha de surpresas.
A conheci num lugar cinza. Num dia normal como os outros, cinza como os outros, ela apareceu. Juntou-se a equipe do lugar que eu trabalhava.
Pouco a pouco, passo a passo ela foi dando cor aos meus dias e aos meus caminhos.
Ela olha de lado, ressabiada. Ela peita de frente, forte como uma leoa. Ela rebola até o chão, tipicamente carioca. Ela ri alto, ela fala alto, e ela vai alto, sempre e cada dia mais.
Quando se arruma, a carioca bota pra quebrar, faz o queixo de gregos e troianos cair. Ela não deixa barato, ela odeia barata.
Ela torce pro Fluminense. Só ela, o Jô Soares, o Chico e minha mãe.
Canta, dançar, sem parar, uôu uou uou...atriz da vida real. Sempre acha que está sendo filmada, e que os espectadores pensam “Não Anne, não fica triste, ele também te ama e está planejando fugir com você.”
Gosta de magia, acredita nela. Ela quer mais, sempre mais. Sonha em conhecer o mundo e morar sozinha, mas morre de medo de que a deixem sozinha.
Ela me encanta, me faz chorar de rir, me faz chorar e rir. Gosto de observa-la, de vê-la gesticular, falar, pular. Gosto de ver porque é mágico.
Às vezes até entro no filme que ela acha que vive, com direito a trilha sonora e tudo que tem direito. Vivemos grandes emoções juntas. O dia até muda de cor quando se está com ela. A chuva vai embora só praquela cena onde as amigas se encontram pra dissertar e filosofar sobre a vida num lugar bonito dê certo. Mas que ninguém se atreva a assistir ao making off.
Ela não se acha interessante pra um perfil, mas todo mundo a acha interessante. Ela queria um conto sobre ela, mas aqui eu conto o que conheço. Conto pra todo mundo: vale a pena. E a alma, não é nem um pouco pequena.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

quero dissertar

Partindo do princípio de que:

". Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que signifícatambém o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d’Arc por não ser uma funcionária pública exemplar. "

então pensa comigo: se eu fico quieta, não falo, assim já evito pensar, certo? E depois, se acredito tanto nisso, faço uma força danada pra não falar, logo, não pensar, eu vou esquecendo? porque daí não tem objeto para embonitar, não história para florear.
tomara que sim.
xô pensamento.

concordo plenamente!

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante"

opa, quem me ama aí?

pois é.

Mais um de tantos blogs nesse mundão virtual.
O que temos aqui é uma garota de 19 anos, quase jornalista e fotógrafa, tentando falar das poesias das poeiras.
Cuidado onde pisa, aqui é o lugar dos meus vômitos inevitáveis.