segunda-feira, 17 de novembro de 2008

quero dissertar

Partindo do princípio de que:

". Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que signifícatambém o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d’Arc por não ser uma funcionária pública exemplar. "

então pensa comigo: se eu fico quieta, não falo, assim já evito pensar, certo? E depois, se acredito tanto nisso, faço uma força danada pra não falar, logo, não pensar, eu vou esquecendo? porque daí não tem objeto para embonitar, não história para florear.
tomara que sim.
xô pensamento.

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