quarta-feira, 24 de março de 2010

Como me dói cada minuto sem você. A cada tic-tac do relógio, é como uma agulha enfiada em meu peito. Dói demais. O pensamento em você não dá trégua. A infelicidade de não te-la todos os dias, em cada acontecimento, em cada passo, ou em cada tombo, tritura meu coração.

A esperança não morre. A esperança não tem fim. A esperança ainda acredita que você volta. Que eu não morra antes da esperança, tampouco antes de você voltar. A esperança me mata. Como me mata essa espera.

Estou infeliz. Inconsolavelmente infeliz, até que volte. Volta?

Peça de Textos de Caio Fernando Abreu em São Paulo



Aproveitando um convite a um amigo meu, Rodolfo Lima, para ocupar um bar recém aberto localizado na Amaral Gurgel, será reapresentado "Réquiem para um rapaz triste", o monólogo mais que visto e revisto por muitos - e vc acredita que teve gente que nunca viu? - as 18hs e logo na sequência "Epifanias 2" (as 20hs) onde Rodolfo Lima, Júlio Cesar Doria e Silvana da Costa Alves darão a vocês nossas versões para as crônicas do Caio.

Ambos de graça - leve as moedas para o final (rs)
Apareçam
até dia 06/05 - no esquema domingo sim, domingo não
No Balaio, tem um bar anexo,
"Tenho um presente para vocês, o melhor presente que posso dar: uma história bonita. E com ága mesmo, pois é real (...) Contei-a só duas ou três pessoas - trata-se de uma história meio secreta, discreta, para poucos - e se conto hoje a vocês é não apenas porque o dia é especial, mas vocês também o são para mim. Acreditem" - Caio F. 25/12/94

a partir do dia 28/03 (domingo sim, domingo não)

* Réquiem para um rapaz triste (as 18hs)

Inspirado nas personagens femininas do Caio Fernando Abreu
direção: Ivania Davi
Interpretação: Rodolfo Lima

* Epifanias 2 (as 20hs)
(livremente inspirado nas crônicas de Caio Fernando Abreu)
direção: Rodolfo Lima
interpretação: Silvana da Costa Alves, Júlio Cesar Doria e Rodolfo Lima

Balaio de Gato
Rua Amaral Gurgel, 253 - São Paulo
Tel. (11) 3222-6988
40 Lugares
Grátis
até 06/05
+ informações: 7497-4207
teatrodoindividuo@yahoo.com.br

obs: No bar há comidinhas e bebidas, podem se servir por lá mesmo.
www.balaiodegatobar.com.br

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Só você prá dar
A minha vida direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver a luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar, da incerteza...
Um dia um adeus
E eu indo embora
Quanta loucura
Por tão pouca aventura...
Agora entendo
Que andei perdido
O que é que eu faço
Prá você me perdoar...
Ah! que bom seria
Se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir
Como a primeira vez
Te dar o carinho
Que você merece ter
E eu sei te amar
Como ninguém mais...
Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Te amou...
Ninguém mais
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Como eu, como eu...

domingo, 9 de agosto de 2009

do, sempre meu, Caio Fernando.

"Então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és..."

sábado, 25 de julho de 2009

Já que entrou neste mar, deixe que ele te toque as coxas, a cintura, depois os ombros, e por fim, deixe que ele te suba a cabeça.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem noódio vocês combinam. Então?Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem amenor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você amaeste cara?Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucurapor computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Esperando Godot...ou não...


Passei anos esperando a maioridade chegar sei lá porque, e hoje em dia torço para que os meses passem cada vez mais rápidos, pra chegar logo sabe-se lá o que. Passo os dias esperando uma mensagem de amor, uma carta resposta, um convite irrecusável, a proposta ideal, a paixão avassaladora, a noticia inesperada, a volta do arrependido. Contando as horas para que a vida vire de pernas pro ar com alguma pequena mudança. Os minutos esperam ansiosos o caos, e os segundos aguardam famintos a revolução.
Não sei como, nem o que tanto espero, se é alguém que vai abrir a porta e ficar ou me levar pelo braço, ou se alguém que vai me deixar, para que eu ande sozinha daqui pra frente. Se é alguma coisa que sempre quis, ou algo que nunca vi. Se vou conhecer um lugar incrível ou um inexplorado. Não sei se boa ou má é a noticia que vai chegar. Sei apenas que quando chegar, será a solução das minhas aflições. Fica a duvida é se a carta resposta traz uma bomba ou uma rosa.
Se é de amar, de brincar, de comer, ou de usar eu não sei, mas espero com a certeza de que tudo vai se resolver.
Quero logo uma surpresa, por favor. Vida, me surpreenda, não agüento mais confirmar minhas certezas nos fins das historias. Por favor.